terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reservas de água estão esgotadas na Grande SP, dizem autoridades


Não há mais como aumentar a oferta para uma população crescente.
Oito sistemas trazem água até a região metropolitana.
As reservas de água na região metropolitana de São Paulo estão esgotadas. Não há mais como aumentar a oferta para uma população que não para de crescer. E quem diz isso são as autoridades responsáveis pelo abastecimento.

Trinta e nove cidades, 20 milhões de moradores e um grande problema. "Dividindo a quantidade natural de água que essa região de cabeceiras consegue produzir pela quantidade de habitantes, nós temos algo em torno de sete a oito vezes menos do que a ONU começa a considerar como crítico”, diz a

Água de menos, consumo de mais. Para a Organização das Nações Unidas, uma pessoa precisa de até 110 litros por dia para viver. Na região, o gasto chega a 200 litros. E ampliar a oferta é quase impossível. “Nós já praticamente esgotamos todos os nossos mananciais existentes dentro da região metropolitana", diz Dilma Pena, secretária de Saneamento e Energia de São Paulo.

Por isso, oito sistemas trazem água até a Grande São Paulo. Quatro garantem mais de 90% do abastecimento: Rio Grande (7%), Alto Tietê (16%), Guarapiranga (20%) e, principalmente, o sistema Cantareira (48,6%), um dos maiores do mundo.

São 33 mil litros por segundo que saem das cinco represas do sistema Cantareira. É muita coisa, mas essa água não nasce no local. A maior parte vem do rio Piracicaba, no interior do estado, e isso tem provocado muita polêmica.

Um comitê decide como a água do Piracicaba vai ser usada. O acordo, que vale até 2014, pode ser renovado, mas representantes da região avisam: querem reduzir a quantidade "exportada" para a Grande São Paulo.

"Esse volume de água faz muita falta pra região, uma vez que nós estamos em franco crescimento econômico e populacional, e temos dificuldade não só de quantidade, mas de qualidade de água, para o abastecimento urbano, para o uso industrial, agrícola”, afirma Dalto Fávero Brochi, secretário do consórcio das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

“Esse conflito existe e tem que ser conciliado no âmbito dos comitês de bacia, no âmbito dos estados, da União, para que não haja uma guerra pela água", explica Dilma. Não é só a quantidade. A qualidade também preocupa. "O rio todos os dias nasce limpo. Entretanto, nós é que fazemos com que ele fique contaminado", diz Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente.

O perigo está evidente. A Billings e a Guarapiranga são o quintal de 2,5 milhões de pessoas. "O poder público precisa se comprometer, a sociedade precisa se comprometer. Todos precisam estar de mãos dadas para evitar que a gente tenha perdas como essa", diz Vinicius Damásio, geógrafo do SOS Mata Atlântica.

Na semana que vem, o projeto flutuador, da TV Globo, começa uma nova expedição: vai percorrer as represas para medir os níveis de oxigênio das principais reservas de água

SP tem 29 estações de tratamento de água, mas lixo e esgoto são desafio


Neste ano, represa de Guarapiranga teve acúmulo de 57 toneladas de lixo. Tratamento de esgoto atinge 67% do volume coletado.
São Paulo tem 29 estações para fazer a limpeza da água que chega às torneiras, um trabalho cada vez mais difícil e caro, por causa da quantidade de sujeira. Da represa Guarapiranga, por exemplo, foram retirados 57 toneladas de lixo apenas neste ano. O governo paulista trata 67% do esgoto coletado para evitar a poluição dos rios e represas.

“Infelizmente, a população continua jogando muito lixo e depois de cada chuva você constata , ao observar as margens da represa , muito lixo”,

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Projeto revitaliza margens de represas em SP


Iniciativa visa diminuir esgoto lançado na Billings e na Guarapiranga

Um projeto piloto para diminuir o esgoto lançado nas represas Billings e Guarapiranga, na Grande São Paulo, começa a dar resultados. Água limpa já brota na nascente do Córrego do Iporanga, que parecia morto, e as margens da represa viraram uma orla de lazer e tranquilidade. O projeto é financiado pelos governos federal, estadual e de três municípios da região metropolitana.

Os governos federal, estadual e dos municípios de São Paulo, Guarulhos e São Bernardo do Campo vão usar R$ 1,3 bilhão para construir 5300 casas, implantar 62 hectares de parques, sistemas de esgoto em dez municípios, urbanizar 45 favelas, com contenção de encostas, canalização de córregos, água e esgoto encanados.

Às margens do Córrego do Noronha, 150 casas foram demolidas. No local deveria haver mata ciliar. “Agora vão fazer recuperação do solo, tirar esgoto da represa e beneficiar a comunidade”, comemora o presidente da associação de moradores da região, Carlos

As obras vão ser feitas em 81 áreas de risco em volta dos reservatórios. Uma delas é conhecida como “Cantinho do Céu”. Na margem esquerda da Represa Billings, os moradores agora têm uma orla pra passear, brincar e fazer exercícios.

Mas por enquanto o programa só vai atender 300 mil pessoas - pouco mais de 10% dos 2,5 milhões de pessoas que moram no local.